Há tanta gente em Belém neste momento que a pequena estalagem de seus pais está fervilhando de hóspedes. Você teve até de abrir mão de sua cama para um cliente usar.
Depois de encontrar uma esteira num canto, você vai calmamente até a estrebaria. Os jumentos fedorentos dos visitantes lotam o jardim e obrigam você a prender o nariz. Mesmo assim, você segue em frente.
Seu pai mandou um casal dormir ali. Tem alguma coisa naqueles dois que faz você ficar curiosa para dar outra olhadinha neles por trás dos fardos de palha.
Dessa vez, tem alguma coisa diferente ali. Que surpresa: a menina-mulher está segurando um bebê! Ele acabou de nascer, seu cabelo ainda está molhado e grudado à cabeça. Os dedinhos agarram os sua mãe. O homem está fazendo uma pequena fogueira que não garantirá muito conforto nesta noite tão fria. Mas isso não parece pertubar nenhum deles, especialmente o bebê.
"Por que ele não berra até ficar roxo, como meus irmãos fizeram quando nasceram?", você se pergunta.
O bebê procura o rosto de sua mãe como se fosse um sábio. Ele a olha como se já a amasse desde sempre e desejasse dizer isso a ela.
Você deixa escapar um suspiro. Há algo de muito especial nesse bebê, mas você não tem certeza do que é. Sua vontade é abraçá-lo, mas a figura daquela criança, toda enrolada em panos, é linda demais para ser perturbada. Uma paz suave cerca o lugar. Você sabe que aquele é um momento sagrado. Tudo quando deseja é estar ali. Com ele.
Lucas 2: 1-20
Nancy Rue - Bíblia da garota de fé
Feliz Natal!
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Beijos ;*