Um dia uma menina me contou que andava sem esperanças, se não me engano roubaram o que ela tinha de mais precioso, a vida. Não a vida em que se respira, a vida que o coração bate a sei lá quantas vezes por minuto, mas a vida que se sente, a vida que se vê passar com os anos, a vida que se é.
Estava tudo como deveria, ou ela achava que deveria ser, até ela não conseguiu mais sentir nada. Não consegue imaginar? Mas isso é tão comum. Quem nunca ouviu alguém dizendo que nunca mais vai se apaixonar por ninguém, tá que muitas vezes essas pessoas se contradizem, mas o que dizer pras outras que realmente cumprem e não se apaixonam mais por nada? Era assim que aquela garota estava. A vida tinha se tornada escura, tinha começado a ser muito mais sem graça do que já era, e ela nem se deu conta o caminho que estava seguindo. Até que um dia ela me perguntou o que fazer, me perguntou se a vida e o mundo estava realmente daquele jeito. O que eu iria responder, se o mundo não é tão colorido como se pensa? Tentei ser o mais positiva que pude, mas ela percebeu que não era de todo verdade aquilo que eu disse. Mas então nos duas paramos e fomos olhar o todo que estava ao nosso redor. Verdade que nem tudo é colorido, nem ao menos bom, mas muito mais verdade que isso, é a verdade que o mundo é de quem o vê.
O meu mundo feliz, iluminado e que me faz bem só aparece quando eu estou assim. E o mundo escuro, nublado, com cheiro de choro e sensação de energia ruim aparecem quando eu estou cheia que pensamentos ruins, de preocupações. Foi então que eu olhei pro lado, procurei aquela garota, queria compartilhar todas essas coisas que tinham vindo a minha cabeça naquele momento. Procurei, não encontrei, ela tinha sumido. E depois, por um momento de desatenção a encontrei, na minha frente, refletida no meu próprio espelho, olhando pra mim já sabendo de tudo, me dizendo que ia ficar tudo bem.
Olhei pro lado e voltei a me apaixonar, por mim, por todos os eles, por tudo.
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Beijos ;
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